Sábado, 4 de Dezembro de 2010

O Natal e a ausência

Precisamos, por vezes, de nos isolarmos para pensar verdadeiramente nos porquês da nossa existência. Porque sou esta pessoa?
Quantas e quantas vezes ao relembrar o passado, recente ou longínquo, angustiamo-nos com o futuro. Aprender a agir de maneira diferente sobre certos aspectos da nossa maneira de estar na vida faz-nos mudar a nossa visão em relação ao que somos e ao que nos rodeia.
Podemos utilizar esses instantes de meditação como uma porta que se abre e vermo-nos nos momentos bons e maus do passado. A seguir pensamos que é impossível vivermos agarrados ao que não tem consistência e que já não existe. Nós afinal já somos todo esse passado que ficou registado na nossa memória. Agora o que realmente é importante é o momento presente. Só ele é real.
Para encontrarmos o nosso equilíbrio não podemos desperdiçar o tempo com devaneios que não nos tragam ensinamentos. Ser simplesmente saudosista envenena-nos o espírito. A felicidade nunca é plena e não espera. Ela dá-se aqui e agora.
É, sim, muito importante, reencontrar a inocência do olhar e os nossos melhores sentimentos virem à superfície. Agarrarmos cada instante do hoje e do amanhã.
Quando nos sentimos felizes, junto de quem amamos, é útil para o nosso espírito pensar que tudo são instantes e apreciá-los em toda a sua plenitude. Não somos imortais e não devemos agir com soberba ou superioridade como se a tudo tivéssemos direito.
Agradecer as pequenas coisas felizes que vivemos, tornarmo-nos em crianças surpreendidas pela vida, sermos simples e afectivos é uma dádiva que podemos oferecer a nós próprios.
Tudo que nos acalenta o coração não passa. Desloca-se para outros instantes e ficamos sem medo do fim inevitável.
O mundo rege-se pelo nascer, viver e morrer. Se assim o aceitarmos, lutando pelo nosso bem-estar e o dos outros seremos sempre uma nascente que nunca deixará de nos saciar.
Vamos olhar o presente como uma dádiva e o futuro com uma vontade firme de prosseguir apreciando as pequenas alegrias e lutando com sabedoria contra as injustiças. Estimular uma nova maneira de sentir para que o futuro seja percorrido com uma melhor filosofia de vida.
Eu sei que esta época natalícia é triste quando nos lembramos de outros Natais com os nossos queridos filhos. Pensem neles com muito amor mas sobretudo lembrem-se do que ele vos diria se estivesse fisicamente ao vosso lado. Se assim o fizerdes um sorriso de paz surgirá no vosso rosto. Não tenham medo de continuar a aceitar a vida sem eles. O vosso filho será a estrela que vos ajudará em todas as vossas aflições.
Um Natal com muita coragem, paz e esperança. 
 
Aida Nuno
 
sinto-me:
publicado por criar e ousar às 10:23
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